31.5.10

(Não)Conformada


Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, (sei lá).

Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último busão no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, pôr tudo dentro de uma gaveta e jogar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.

Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir, nem cooperar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar (às vezes acho que fechei), pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu, a musica e o cheiro do mar são os nossos (meus) guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira.

Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer.



E mesmo que me tenhas ensinado a partir numa noite triste, eu ensinei-te a chegar e pus-te a salvo para além da loucura e ensinei-te a não esquecer que o meu amor existe.

Esses reencontros crueis.

Tanta coisa vem acumulando em minha mente,
e eu estou sentindo falta de alguem pra partilhar.
Sinto falta daquele.
Gosto destes.
Mas não quero nenhum.
Não falo no geral, estou a falar de relacionamentos, mesmo.

Não consigo me envolver. Digo não saber o que há, mas eu sei,
é que eu não quero me envolver, ou melhor, eu gostaria sim, mas é como si meu coração ainda esperasse por aquele.

Nem tudo que eu digo é real, mas tudo que falo é verdade.
Nem tudo que eu sinto eu intendo, mas todos os meus sentimentos eu compreendo.
Não sei mas por qual caminho seguir, si continuar, si dobrar a primeira esquina e tentar um reencontro, não sei.
Até sei, mas, não há brechas. (eu intendo)

Sempre que me decido, algo me leva de volta a você,
não sei mais si sou eu, ou alguem lá encima que conspira por isso.
Talvez seja os dois.

26.5.10

Figurativamente falando.



Só me deêm isso, si puderem.
Si não, não critiquem nem conversem comigo sobre.
E o resto que vier, para mim, será lucro.
Apenas!

Não tô falando de mim, é sobre mim.

Perdi as contas das vezes em que confiei e quebrei a cara.
Eu sou tão desconfiada, cismada, mas confio demais isso quando confio.
Já amei tanto, e sofri com isso, e tambem não sofri nada, só aprendi, afinal, a unica coisa que si ganha com lagrimas de tristezas e dôr é a experiência, além de olheiras e dôr de cabeça.
Eu falo demais sabe, as vezes conto o que não deveria contar a pessoas que não sabem ouvir, nem intendem. E por vezes pessoas não conseguem nem si comunicar porque quando começam lá estou eu falando sem parar, dando opniões sem si quer a mesma ter finalizado o pensamento.
Eu falo pouco, sou do tipo "cinema mudo", prefiro demonstrar com atos, só falo quando creio que devo falar, só opino quando pedem, e só respondo a provocações com meu silêncio, ah, não há vingança melhor do que o silêncio, estou certa?
Eu não gosto de mim, odeio minhas crises de solidão, odeio não ter sempre alguem me paparicando, não gosto quando acordo me olho no espelho e lá esta aquela cara amassada de quem não é feliz ou de quem não durmiu bem, pelo menos não o suficiente. Odeio-me por ter mais inspiração em escrever sobre aquele que si foi do que por este que pode estar.
Mas eu me amo sabe, gosto tanto do meu sorriso sincero, não é porque falo de mim, é que é sincero sim, não sorrio pra quem não merece, a não ser que me deixe sem resposta, só sorrio quando estou feliz ou sem graça e quando não tenho o que falar, gosto tanto de me olhar no espelho ao acordar, me vejo tão naturalmente bonita e por vezes acho graça da minha olheira e cara amassada de quem durmiu demais, amo minha mania de ficar balançando o pé em qualquer lugar e ocasião, tenho uma mania feia de roer unha, mas juro estou a parar, é serio. Adoro ser notada, paparicada, principalmente por amigos sabe, é que pela familia já é normal, não tem esse que cresça sem ser posto pelo menos uma vez no colinho da vó enquanto ela fala coisas legais, ou conta historinhas, ou aquela prima mais nova que quer ser como você e ti elogia o tempo todo, ou até mesmo aquela irmã mais velha que tem ciumes por você ser a caçula mas no fundo ti acha tão sortuda que quando não esta brigando esta ti vangloriando.
Vai! ser paparicado pelos amigos é bem mais legal, ate mesmo porque você acredita que é especial, que gostam de você pelo seu jeito, sem você pedir, sem ser porque é pra ser, como tudo deve ser...

Falei pouco de mim, porém demais aqui.

24.5.10

Sem complicações.

Você pediu que eu fosse sincera. Pediu que houvesse sempre compreensão entre nós. Pediu-me que não agisse de cabeça quente, que não tirasse conclusões sobre ti precipitadamente. Sabes o que fiz? Abri o meu coração para ti. Mostrei-te o meu mundo. Fui sincera pois fui para ti algo que, ás vezes, nem sequer me atrevo a ser para mim. Levei-te pelos caminhos encantados dos meus sonhos e te mostrei tudo aquilo que cabia no meu ser. Apresentei-te os meus medos, as minhas fragilidades e até os meus fantasmas. Esperando sempre que, tal como eu, tu, com a tua tão grande compreensão (dizias tu) afugentasses tudo o que havia de errado e me tornasses numa pessoa melhor. Melhor... Para ti. Te mostrei o que sou, o que sonho, o que temo, o que vivo, o que penso. Mostrei-te o que de mais frágil e puro existe em mim... Abri a caixinha onde guardo a essência do meu ser e deixei assim, aberta. Esperando que com as tuas mãos delicadas a conhecesses, a sentisses, a guardasses para ti. Quis acreditar no que via no teu olhar e no que o meu coração palpitava quando me abraçavas com força e me fazias sentir tão segura.
Sim. eu fui sincera. Mas sei que também te compreendi. Ouvi as tuas histórias atenta aos teus movimentos, aos teus gestos, acabei as tuas frases quando não encontravas a palavra certa... Advinhei e antevi tudo o que sentias. Tudo o que não dizias, mas querias dizer. Sei que também te compreendi porque os teus olhos passaram a ser bem mais sinceros que qualquer palavra tua que soasse no ar. Precipitada? Fechei os punhos com toda a minha força. Engoli em seco. E quantas noites! E quantas manhãs! Quantas tardes! Quantos momentos! Me odiei. Por ti. Por ti quis mudar e senti-me fraca mesmo com toda a força de vontade, mesmo com toda a certeza do meu erro, mesmo com todo o meu amor por ti. Lutei e por ti, pelos erros que me jogas-te na cara, dizendo: desculpas, para quê?, fazendo-me acreditar que iria conseguir mudar... E eu me vi cair... Ás vezes não conseguimos ir contra aquilo que somos. E odeio-me (odiei-me). E tu sabes. E mesmo assim fingis(-te) não ver. Se posso também pedir. Talvez porque dei. Então, peço-te que ja que prefiris-te ser covarde e fugir, então que entre nós não hajam segredos ou meias-verdades, apenas uma sinceridade extrema e uma distância plena.

19.5.10

Desapego.

É, eu não lembro de ter lhe contado, mas si eu pudesse não contaria.
Eu estive sonhando com você durante tanto tempo.
Em que você voltava pra mim.
Pois é,
tudo não si passa de apenas mais um sonho.

Você como sempre cheio de orgulho e medo, não sede ao amor e com isso me afasta de ti.
Mas estas por conseguir,
eu estou a desistir de tudo.
Não da mais pra mim, ti esperar,
não há mais motivos que eu possa inventar só pra acreditar que você vai voltar.

Por tanto tempo, esperei,
Mas não só esperei como tentei e você sabe o quanto tentei
ti fazer arriscar,
mesmo assim você teve medo.

E, enfim, estou de volta a mim, aos meus papeis e canetas, as minhas fotografias e músicas.
Sempre foi isso, além da lua, que nunca me decepcionara (abandonara).

15.5.10

Tu quem perdeste.

Destruíste tudo aquilo que criaste, disseste o que quiseste e comigo nem te importaste. Agarraste-te em momentos, e momentos apagaste. Pensas que me decoraste? Foste tu quem perdeu tantas palavras minhas, não imaginas a força que tenho por detrás deste jeito de menina. Eu sou a força que tu nunca tiveste, eu sou aquilo que tu um dia perdeste! Eu sou o sentimento que tu nunca conheceste, eu sou a luta a que tu nunca te submeteste. Eu sou a garra que agarra qualquer disputa. Eu sou a mulher que hoje em dia nem te escuta. Eu não sou mais uma, eu nasci para ser aquela! Eu sou a diferença das tuas amigas que não passam de cadelas. Eu sou aquilo que é demais para os teus braços manterem, e estou alta demais para os teus olhos verem. Por isso antes de pensares, que viraste as costas e me magoaste. Ou que eu sofro no destino que tu traçaste. Quero só dizer que saíste da minha vida, tal como entraste, e que não me afectam as palavras que falaste... Porque eu sou mesmo muito mais, do que alguma vez sonhaste!

Sem motivos para voltar e feliz.

Não que o amor seja sempre assim, mas comigo foi assim.

Ele chegou, me fez a mulher mais feliz e depois foi embora sem dizer o porque. Então, porque eu voltaria pra ele? Ele não me deu motivos para isso.

O meu amor não me dará estrutura e não realizará meus sonhos, ele irá me tornar uma mulher normal, igual a todas que si contentam com pouco - casa pequena, pouca comida, dinheiro contado e nenhuma viajem -, eu não, eu sou diferente, quero mais, quero sempre mais, não demais, apenas mais.

Há quem leia isto e me intitule uma 'sem coração' mas é que meu coração ficou com aquele amor que partiu sem despidida, sem porque, e não é só porisso. Essas palavras não passam de uma realidade que muitos conhecem, porem nem todos querem acreditar.