10.6.10

E depois?

Depois instala-se o caos. A dúvida. Os pesadelos. A confusão mental. O medo. O arrependimento. Os remorsos. A vontade. O desejo enfraquecido de dizer "não". Não voltar a enfiar o pé na argola, de nunca mais meter a pata na poça, nem o dedo na ferida. Até porque a ferida demora sempre (muito) tempo a fechar, mesmo que já não doa. Há que desenvolver uma estratégia completa e cortar o mal pela raíz. Acreditar no clishé "Longe da vista, longe do coração.", que nem sempre resulta mas vale (sempre) a pena tentar. Não telefonar. Não atender. Não escutar. Não ver. Não sentir. Não marcar encontros. Não repetir a dose, e principalmente... Não voltar a cair. Não, não e não! Sai sempre caro, e é um vicio para o qual não foi inventado nenhum antidoto eficaz.
É que o amor faz-nos voar, ainda que não tenhamos asas.
E mesmo que as tivessemos... também ele as cortou.

2 comentários:

  1. Ninguém cortou tuas asas, só acha que estão cortadas. Mas essas asas logo logo crescem.

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  2. "também ele as cortou"
    concordo plenamente amor.
    mt estimulante este texto.
    bjao :*

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