8.7.10

O longe do que pretendo.

Vivo na terra dos sonhos. Sou imunda aos princípios horizontais da mente. Penso. Reajo. Mato-me por dentro vigorosamente. Bato com os pés atados nas mãos. Sigilo o cadeado incestuosamente acanhado pela solidão. Apenas uma, penso - só apenas uma no meio de tanta população. Ironicamente, sozinha me sinto. Protelada pela movimentação caricata da cidade. Quantas mais pedras vejo, mais me torno una. Atiradas a uns. Pisadas por outros. E esquecidas por alguém. Não me torno metáfora. Não me torno hipérbole, para exagerada já sou eu e não preciso de mais. Torno-me, quiçá, em personificação, sempre tive uma veia dada à imaginação. Sempre falei com o sol, com a lua, com as flores, com as estrelas, com o mar. Sempre me senti acompanhada, mesmo distante, mesmo sentindo-me sozinha neste mundo, uma mão pousa no meu ombro gentilmente. Puxa-me. Sacode-me. E liberta-me. Mas não sei quem é, não tem nome, não tem definição. Ás vezes queria conhece-la. Mas o anonimato circunda a sua beleza, e aí entendo que se souber mais, perde a sua magia, e isso, é o longe do que pretendo.

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