10.3.10

Folhas rasgadas que tu não lês ^^!

Eu nunca, jamais pensei que um dia fosse obrigada a escrever-te este tipo de cartas, de questões sempre variadas. Não quero que o que escreva por estas linhas, se torne numas simples frases banais, que são lidas por pessoas, que pouco ou nada sabem do que se passa e do que se passou entre nós, e que formam opiniões concretas ou menos concretas por detalhes aparentes. Não quero nada disso. Nem para mim, nem para ti. Eu não escrevo, para que tu me leias, e para que tomes consciência do que se passa dentro e fora de mim, porque eu disso tenho a perfeita noção que tu nunca conseguirás chegar lá, nem de perto nem de longe. Apenas escrevo, porque me faz bem. Faz-me bem passar para o papel, parte das emoções, que sou obrigada a esconder no meu dia-a-dia, de quase todas as pessoas. Sei que não me faz bem escrever sobre ti, ou sobre um nós, que existiu, e que continua tão vivo no meu presente, porque isso implica mexer no nosso Passado Imperfeito, relembrar-te, mas sobretudo relembrar-nos. Mas é algo que eu não consigo deixar de fazer, por mais que tente não escrever sobre ti, e tente ser superior ao enorme sentimento que sinto por ti, não dá, pois o teu nome ou as nossas recordações, voam-me da cabeça para as mãos, e dou por mim a escrever sobre nós. Por isso, nunca prometerei que deixe de escrever sobre ti, ou que me deixe de lembrar de nós. Tenho é a perfeita noção, que os discursos que (te) escrevo, se vão alterando, consoante a lua. Porque ai está uma coisa que aprendi contigo. Não ser sempre objectiva, e saber mudar, quando as situações mudam de sentido. Nunca pensei que nos deixássemos levar, por “coisas” vistas “simples”, muito menos que essas implicassem desta maneira na nossa relação. Mas infelizmente, chegamos ao ponto de deixar as pequenas desavenças se interpelassem entre nós e que pequenas diferenças nos nossos pontos de vista, pudessem sobrepujar-se aos nossos sentimentos, e fazer com que todo o amor que sentíamos um pelo outro fosse dissipando, cada vez mais com a erosão dos dias. Não sabes o quando eu dava tudo para te dizer, que tudo correrá bem no nosso futuro, e que consigo olhar para ele, e ver-nos um ao lado do outro. Adorava dizer-te isso, meu amor. Mas (in)felizmente, não é isso que a minha visão me permite observar. Olho para ti e olho para mim, e vejo-nos iguais. Vejo-nos a nós sim e aos nossos defeitos igualitários, que sempre nos acompanharam durante todo o nosso percurso. E sei que nunca consegui(re)mos ultrapassa-los, por sermos demasiado iguais e ambos não despendermos do nosso tempo para reflectir sobre isso. E talvez tenha sido, os nossos feitios, esse grande motivo, que nos tenha feito juntar, num espaço de tempo, das nossas vidas. Antes acreditava, que era assim que duas metades se encaixavam; iguais eram perfeitas uma para a outra, e que faziam o mais belo encaixe. Hoje, acho que já não é assim. Acho que cada um deve ter a sua personalidade e nunca iguais, para que assim, se completem á sua maneira e que tenham a sua forma de encaixe, sempre diferente do mundo que os rodeia. E lamento meu amor, mas nós infelizmente não somos assim. Somos demasiado iguais para vivermos um com o outro. E essa é uma verdade, e eu só tenho que aprender a viver com ela. Entretanto, continuo a amar-te, mude a noite ou o dia, o dia ou o mês, o ano ou a estação. E é assim que tenho vivido nestes dias, sem ti.

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